2 de julho de 2009

No Poema


No poema ficou o fogo mais secreto
O intenso fogo devorador das coisas
Que esteve sempre muito longe e muito perto

Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque

de Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner andresen, Obra poética II

Sophia de Mello Breyner Andresen (06.11.1919/02.07.2004)











Passaram três anos sobre a sua morte.
Tem sido a autora mais lida e estudada nas escolas portuguesas, nas últimas décadas. Cantou a natureza no seu estado mais puro e inspirou-se nos mitos gregos. Foi uma lutadora pela liberdade e denunciou a injustiça e a incoerência humana. Mas acima de tudo usou a palavra no seu estado mais límpido, para exprimir a sua ligação com o mundo e as suas raízes.
Um nome incontornável, na Literatura Portuguesa contemporânea, que continua a cativar gente de todas as áreas e de todas as idades.

30 de junho de 2009

O triunfo dos porcos

de George Orwell

Há livros que tive a sorte de ler na altura certa. Teria eu os meus 15 ou 16 anos e estava de férias, na casa de praia da família, sem grandes diversões a não ser mesmo a praia e a imensidão de mar azul. Parece bastante, mas faltava-me algo. E foi essa predisposição que criou a altura certa. Vasculhei a pequena biblioteca lá de casa e foi assim que descobri este livro, do qual já perdi o conto às vezes que o reli. Uma leitura deliciosa, que nos põe a pensar sobre a natureza humana. Uma lição de George Orwell imperdível.
Fácil de encontrar, em qualquer biblioteca.

29 de junho de 2009

Serão os jegues a fazer a revolução?


Vejam só... no mundo global, entre os uivos de ovações ao tecnológico, jegues levam livros às crianças do Maranhão e fazem de bibliotecas itinerantes!