20 de junho de 2009

Balanço Primeiro


O ano lectivo chegou ao fim para a maioria dos alunos. Muitos ainda na azáfama dos exames. As férias sonhadas aproximam-se e essas, pensamos, são um direito constitucional. As nossas mentes já sonham com as viagens e com o mar. E este solzinho que deus nos deu, apesar de desregulado com tanta poluição, continua a entrar-nos pela alma adentro e a inspirar os nossos jardins. Urge também tranquilamente fazer o balanço do desempenho de cada um. Pela parte que me toca, nunca vivi um ano lectivo tão stressante, irritante, angustiante e sem sentido, uma vez que parece que, de repente, a sociedade portuguesa, em massa, foi lançada para um palco onde todos vestimos a pele de cordeiro. Francamente, não me integro neste modelo de escola e de sociedade que se pretende criar, onde a excelência vive da aparência e passa por cima de quem quer simplesmente liberdade para fazer bem, mais e melhor, sem a burocracia do papel e a ilusão da imagem. Com ou sem quadros electrónicos, o professor é o agente fundamental na grande missão de educar. Para aprender. Para ser. Para fazer. Para pensar. Nada substitui a incomensurável capacidade do ser humano de comunicar, ajudando a desbravar caminhos alternativos no mundo mecânico em que nos estamos a transformar. A construção de uma sociedade e da pessoa humana não pode ser feita à custa do espezinhamento do outro. Conquistámos a democracia para que todos tivéssemos um lugar ao sol e esse lugar ao sol exige sacrifícios, mas não exclui o respeito pelos valores ancestrais e intemporais. E são estes valores que me fazem gostar de ser professora e é neles que vou buscar a fonte para enfrentar o futuro que já bate à porta.
Neste blog de leituras, os livros tornaram-se as pontes de crescimento pessoal de muitos dos alunos participantes. Isso, creio que é uma evidência de que falarei noutro post.

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